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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

HENRIQUES DO CERRO AZUL
pseudônimo de João Henrique Serra Azul.

 

Brasileiro.  Subprocurador Geral da República.
Autor dos livros: Sonetos e Poemas de Henriques do Cerro Azul; Trânsito Onírico; Poesia dos Astros; entre outros.
Membro da Academia de Letras de Brasília e outras entidades.
Verbete da Enciclopédia de Literatura Brasileira, MEC, direção de Afrânio Coutinho;
 

 

e de outros dicionários nacionais e internacionais.
Associado do Movimento Poético em São Paulo.
 

 

ANTOLOGIA EM VERSOS.  Volume 15.  São Paulo: Movimento Poético em São Paulo, 1997.  Organizador : Poeta Wilson de Oliveira Jasa.   64  p.                          Ex. doação livreiro BRITO de Brasília.

 

INDIFERENÇA

Quem não vira do amor santo prosélito
Quando adivinha, num furor polêmico,
Da mãe , que sofre, o sacrossanto anélito,
Ao ver o filho que padece anêmico?

No entanto se respira o odor das cânforas,
O Sol despede cintilantes fáculas,
E os homens ébrios vão erguendo as ânforas,
E não atem olhos para tantas máculas!



OS HERÓIS

      O herói caminha nas estradas íngremes
Com coragem dos Gracos, dos Leônidas,
Alçando o vôo para os altos píncaros,
Onde apenas revoam os falcônidas...

Mas morrem por amor Marat ou Átila
E Marco Antonio com seu sonho bélico
Sim! as mulheres de suspiros lânguidos
Matam os homens com um sorriso angélico!...



O SOL  

O sol, louro Sol, com seus venábulos,
rompe das trevas os conciliábulos...

E essa benção de luz sé um beneplácito
que doura o olhar como um colírio oftálmico....

E despertam ao Sol, pelos meus cálculos,
milhares e milhares de animálculos...

É sob o Sol que nascem as crisálidas
que viram flores que voejam, cálidas...



ASSOMBRAÇÃO

Envolvidos na treva os energúmenos,
De tredas expressões mefistofélicas,
Vão surgindo por todos os ecúmenos,
Na eterna luta contra as forças célicas.

Mas à luz de relâmpago fantástico,
Saindo das colunas dos perípteros
E abandonando esse reduto icástico,
Vêm expulsá-los os Arcanjos dípteros..

Longe, descendo das paragens célicas,
Surge um cortejo de visões sonâmbulas...
Porém o incenso das sagras âmbulas
Fustiga essas visões mefistofélicas!

A noite é negra... O mundo é escuro e tétrico!...
Mas, Milagre! — Do monte no pináculo,
Iluminando, súbito, o espetáculo,
Surgiu a viva luz de um poste elétrico!



O ANCIÃO ROMANO

Hoje se perde num cismar legítimo,
Sob a sombra ideal de um pé-de-tâmara:
Recorda o doce tempo em que era edítimo
e sentinela da sagrada câmara...

Mas defendia esse propugnáculo
Sem temor às desordens e aos escândalos,
Porque era o deus seu próprio sustentáculo
na defesa do templo contra os vândalos.

Lembra inda os sanguinários espetáculos,
Quando Diana servia no bronco antípoda,
Mas vacilou com medo dos oráculos,
que ouviu da pitonisa em sua trípoda...

Nessas recordações lépidas e sápidas,
Que, às vezes, vêm ao cérebro decrépito,
Recorda a força das batalhas rápidas,
Pondo o inimigo em fuga com estrépito.

Recorda aos netos as ações eméritas,                                                                                                  
Com todo o seu ardor entusiástico,
E lembra as grandes excursões pretéritas
Que comandava com seu pulso drástico.

Tudo passou como se fosse mágica...
Já não tem a destreza do discóbolo...
E agora espera a Morte, fria e trágica,
para pagar o derradeira óbulo!

 

 

O ROMANO CONVERTIDO

Sabe que Cristo é Deus... Fitando o Atlântico,
Ainda sente um receio dilemático.
Vai chover.  O corisco apantomântico
Mostra a ira de um Jove majestático.

Porém retorna à sua fé católica:
É o demônio engendrando a sua endrômina!
— Para fugir à tentação diabólica
Não se separa da sagrada nômina...

Na floresta é ermitão. Tornou-se nômada.
Para comer, procura os leves núculos.
E só sabe que passa uma hebdômada
Quando conta nos dedos os dilúculos.

Como o mártir que sonha com o patíbulo,
Não busca a cura com o segredo do ásaro:
— Sabe que tem gozo do latíbulo,
Sabe que ressuscita como Lázaro.

Tal nasce a planta de um pequeno grúmulo,
E cresce, e enfrenta o temporal mavórtico,
— A alma é semente que nasceu do túmulo,
E a morte é o doce e desejado pórtico.

De tenro coração amabilíssimo,
Não faz o sacrifício do macrócero,
Mas suas preces sobrem ao Altíssimo,
Que habita além, no firmamento prócero...



A PROFECIA DE FILIPE DE MACEDÔNIA

Crispam elmos de bronze macedônios...
Vai Alexandre com a postura enérgica,
Vai com sua falange de demônios:
Merece a glória da inscrição exérgica!

Desincumbiu o encargo diplomático
Da mesma forma que as batalha bélica:
O pai Felipe, presunçoso e enfático,
Já vê ao filho alguma origem célica!

Relembra o tempo em que seu filho impúbere,
Infante, monta no cavalo indômito...
E consegue domar o potro exubere,
diante dos olhos de seu pai atônito!#

Foi nessa hora, fantástica e patética,
Que Filipe exclamou sem cerimônia,
Como tomado de visão profética:
— “Para ti é pequena a Macedônia!”



OFICINA 26 – ANO 13  - Editor: Sérgio Gerônimo. Rio de Janeiro – RJ: Cadernos de Poesia, 1998.                                             
Ex. doado pelo livreiro BRITO – Brasília -DF. 

 

O BARCO

Os ventos entram pelo centro vélico
e desprendem da abit -aste metálica—
o aak que cai num furacão babélico
e aderna e voga sobre o mar vandálico.

Nuvens e ondas na vista panorâmica...
E o barco, solta do abacá elástico,
de veloz estrutura hidrodinâmica,
empreende seu percurso tão fantástico.

Tempestade terrível e vesânica
pegou a embarcação que vai, patética,
perdida, solta na corrente oceânica,
sem que lhe sirva a agulha magnética...

Brame o mar com figuras dinossáuricas...
E o vento sopra, temporal cacóstomo
que procura romper as velas áuricas
do pobre barco num passeio póstumo...

E neste barco vai um só marítimo
que não domina o barco, aflito e cético...
—Esse Barco é o Destino cujo ritmo
não consigo domar no mar frenético!


VIAGEM NA ESCURIDADE

Hora obscura da Vida, noite tétrica,
vácuo, lacuna, falha, ilusão de ótica,
hora em que ninguém sou, hora caótica,
que traz à terra a escuridão simétrica...

Burla, mentira, simulacro, fábula,
fantasia diluta, sombra exânime
da sombra, jogo de ilusão e fábula
onde se assenta  o crime pusilânime...

Momento inconciliável, antagônico
com o ser e a vida, e fora de propósito,
porque, não sendo nada, é um nada agônico
que serve ao próprio nada da depósito.

Do não-ser a razão, do ser a antítese
lúgubre, escura, túrbida, anabrótica...
Das trevas a caligem por epítese
que empana os olhos com a visão caótica.

De qualquer existência o duro antígeno,
do nevoeiro e das névoas o sonâmbulo,
o tredo, o umbroso, o lúrido, o noctígeno
caliginosos e tumular preâmbulo.

Véu que despenca como terrível êmulo
de averno, e abafa como seda umbrífera,
que mostra em cada dobra, undoso e trêmulo,
um veneno crucial de ação mortífera.

Hora que excede a dúzias no tredécimo,
em que todas as lágrimas são óbulos,
universo de grânulos e glóbulos
que rola de decréscimo em decréscimo.

Hora que assombra e ensombra a área catóptrica,
que escurece e entardece sem revérbero,
hora da escuridão atra e cimótrica
que habita as furnas onde habita o Cérbero!

Hora que enturva e abruma nos crepúsculos
que tristes vagam no horizonte fúmido,
e está no abafamento dos arbúsculos
que extravasam de um chão retinto e úmido.

Hora negra que tisna os montes próceros
com névoas e bulcões apocalípticos...
Hora que agita o bando dos helóceros
que voam sobre os pântanos mefíticos...

Essa é a hora final da tumba abiótica,
porque é do Nada o verdadeiro artífice!
porque é a hora da Morte, hirta e carótica,
que move a mão do executor carnífice!



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Página ampliada e republicada em outubro de 2023


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Página publicada em agosto de 2023


 

 

 
 
 
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